A presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Reino da Arábia Saudita, senadora Ana Amélia (Progressistas-RS), recomendou nesta terça-feira (30), durante reunião deliberativa da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), a suspensão temporária dos trabalhos do grupo por causa da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no consulado do Reino da Arábia Saudita, em Istanbul, na Turquia. Após versões desencontradas sobre o desaparecimento do comentarista, exilado nos EUA e crítico da monarquia saudita, a Procuradoria de Istambul concluiu que o jornalista foi estrangulado pouco depois de entrar no consulado da Arábia Saudita na cidade, no dia 2 de outubro. Segundo informações das agências internacionais, o órgão confirmou que a vítima teve o corpo desmembrado como parte de um plano "premeditado" de homicídio. Foi a primeira vez que autoridades turcas descreveram como a morte do jornalista ocorreu, embora detalhes da investigação tivessem sido vazados antes para a imprensa local e estrangeira. Para a parlamentar, o episódio é "grave". A vítima atuava no jornal Washington Post e abordava questões de política internacional, inclusive sobre o Oriente Médio.
– Pondero aqui a condição, como jornalista que fui durante tantas décadas, de ter como zelo principal um valor que é a liberdade de expressão – disse.
Na avaliação da senadora, a morte desse comentarista, no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia, é um episódio grave que desrespeita tanto os regramentos básicos dos direitos humanos quanto os preceitos essenciais à democracia, como a liberdade de opinião.
Representantes de vários governos e grandes companhias estrangeiras boicotaram recentemente o fórum econômico Future Investment Initiative, promovido pelo príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e grandes empresas de mídia, como o The Economist, New York Times e Financial Times também se posicionaram contrários ao assassinato do jornalista. Alguns países adotaram medidas no âmbito comercial. A Alemanha, por exemplo, interrompeu a exportação de armas para a Arábia Saudita, por causa do ocorrido.
– Seria prudente aguardar as conclusões desse episódio para retomarmos, no âmbito da diplomacia parlamentar, os trabalhos essenciais ao fortalecimento dos laços comerciais que unem o Reino da Arábia Saudita e o Brasil – concluiu.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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