Os rumos das negociações multilaterais, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), e as ameaças de intensificação da "guerra comercial" no comércio global foram as principais preocupações apontadas pelos integrantes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, durante as sabatinas dos diplomatas Alexandre Parola e Rafael de Mello Vidal, nesta quinta-feira (10). Os embaixadores foram indicados, respectivamente, para chefiar a representação brasileira junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra (Suíça), e para comandar a representação brasileira na República do Mali, na capital Bamako.
— O Brasil está enfrentando, agora, no caso dos frangos, um típico processo de guerra comercial. O que está acontecendo não é uma questão sanitária. Claramente não é — questionou a Senadora Ana Amélia (Progressistas-RS) durante a audiência, reforçando que problemas sanitários não podem esperar um ano para serem solucionados.
De acordo com o Embaixador Parola, que qualificou o caso dos frangos como "proteção comercial disfarçada de questão de saúde", as regulações internas dos países estão prejudicando o comércio e o acesso a mercados. O diplomata avalia que a atuação da OMC junto aos comitês de regulação interna, como os comitês de barreiras Técnicas (TBT) e Fitossanitárias (SPS), é necessária para impedir restrições ao comércio internacional.
— Muitos países usam regulações internas para encobrir um protecionismo, porque a regulação interna tem preponderância sobre os acordos multilaterais ou bilaterais. Então, nós ficamos à mercê também do aumento e do recrudescimento desse protecionismo travestido de regulação interna, na proteção de vários países — explicou Parola.
Na ocasião, a parlamentar citou manifesto do Brasil e de mais 39 países à OMC contra a guerra comercial.
Mali
Durante a audiência, os parlamentares questionaram também os efeitos da continuidade dos trabalhos da representação do Brasil na República do Mali.
-— Apenas a venda dos Super Tucanos neste ano gerou quase US$60 milhões em ingresso para o Brasil. Eu fiz um cálculo muito aproximado do que isso representa em relação à Embaixada do Brasil no Mali. A venda dos Super Tucanos permitiria manter a Embaixada do Brasil no Mali, sozinha, por 60 anos — justificou o diplomata Rafael de Mello Vidal, reforçando a necessidade de incremento das vendas de aeronaves, carros blindados e outros equipamentos de defesa produzidos pelo Brasil.
Os diplomatas foram aprovados por unanimidade pelos Senadores, na CRE. A aprovação definitiva dependerá do aval do Plenário do Senado.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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