O Senado realizou nesta segunda-feira (10) a
primeira edição de entrega da Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara
Cascudo. Uma das homenagens in memoriam foi para João Carlos Paixão Côrtes. A
senadora Ana Amélia (Progressistas-RS) participou a decisão e destacou a
relevância desse reconhecimento para a cultura gaúcha.
- Paixão Côrtes foi um dos ícones da cultura, da história, do tradicionalismo e do folclore gaúchos. Sua figura imortalizada na Estátua do Laçador é símbolo de Porto Alegre. Cascudo e Paixão Côrtes tinham um traço em comum: ambos eram apaixonados pela sua terra. Fico muito feliz com esse reconhecimento – disse a senadora.
A Comenda foi entregue a Carlos Paixão Côrtes, filho do criador do primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG) em Porto Alegre, em 1948.
Premiações
Foram premiados também o cordelista Antônio Francisco Teixeira, o músico Nelson da Rabeca, o produtor cultural Nilson Rodrigues, o ator Pedro Baião, o Museu da Gente Sergipana, e a Câmara Brasileira do Livro (CBL). Ainda foram homenageados in memoriam o capoeirista Moa do Katendê e o folcloristas Deífilo Gurgel.
A comenda foi criada a partir de sugestão da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), e objetiva premiar todos os anos artistas e instituições que realizem trabalhos e ações voltadas para a valorização da cultura, folclore e saberes tradicionais do povo brasileiro.
Também foi homenageada a psicóloga Daliana Cascudo, neta do folclorista Luís da Câmara Cascudo e diretora do Instituto Ludovicus, que preserva e divulga o imenso legado fruto do trabalho de décadas do pesquisador potiguar. Câmara Cascudo publicou mais de 150 obras sobre a cultura popular de nosso país, entre elas Antologia do Folclore Brasileiro, Geografia dos Mitos Brasileiros, Vaqueiros e Cantadores, Lendas Brasileiras e História da Alimentação no Brasil.
— Meu avô detectou que a cultura popular é a base de uma sabedoria ilimitada, porque vem de uma sedimentação de conhecimentos. É uma mistura sempre única de constatações das sociedades no tempo e no espaço, sempre com uma pitada do momento. Todas as outras culturas são acessórias dessa base — explicou Daliana.
Para Fátima, a primeira edição da Comenda também serve como um reconhecimento da “obra monumental de Cascudo”.
— Para mim é uma emoção única, e agradeço o presidente do Senado, Eunício Oliveira, por ter atuado na efetivação desse incentivo a quem batalha pela valorização cultural. Câmara Cascudo tornou-se imortal, porque os pesquisadores de hoje analisam seu legado como o mais vasto trabalho de documentação de micro-realidades de nossa população — detalhou.
O senador José Agripino (DEM-RN) também homenageou seu conterrâneo, a quem chamou de “o mais brilhante homem de letras da história do Rio Grande do Norte”.
— Quando fui prefeito de Natal, entre 1979 e 1982, o visitava todos os anos no dia do aniversário dele, 30 de dezembro. A contribuição de Câmara Cascudo para a cultura potiguar é inestimável, mas seu impacto nacional e internacional também é único, por isso o reconhecimento a ele só aumenta com o passar do tempo — afirmou.
A sessão também contou com apresentações do músico Nelson da Rabeca e do cordelista Antônio Francisco Teixeira.
A homenagem ao Museu da Gente Sergipana foi entregue ao arquiteto Ezio Deda, diretor do museu.
— Já recebemos mais de 600 mil visitantes desde a abertura, em 2011. Um acesso gratuito e democrático. Todos os dias, por exemplo, recebemos alunos de escolas públicas. Celebramos tudo que nosso estado tem de mais genuíno: as culturas popular, quilombola, indígena e dos europeus que vieram ao Sergipe; a culinária, os modos de falar, o repente e o cordel. Estamos arraigados na cultura nordestina e a sergipana. A Comenda Câmara Cascudo ficará exposta na entrada do museu — disse o gestor.
Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa
Acompanhe NOSSO TRABALHO
nas redes sociais
580.116
curtidas
369.145
seguidores
22.621
seguidores