A possibilidade de fechamento da UTE Charqueadas levou uma comitiva de lideranças gaúchas ao Ministério de Minas e Energia nessa terça-feira. O grupo foi formado pelo secretário de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, senadora Ana Amélia (PP-RS), parlamentares e prefeitos. A preocupação é com o impacto social e econômico que o encerramento das atividades da usina levaria para a Região Carbonífera. A comitiva reuniu-se com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata Ferreira e o diretor da Aneel Reive Barros dos Santos.
Entre as conclusões do encontro está a proposta, que será apresentada ao Conselho de Administração da Tractebel, para que mantenha a usina em atividade pelo menos até o fim de 2017, a tempo de encontrar uma alternativa para a manutenção dos 2.400 empregos. Outra medida é a criação de um grupo de trabalho, que vai atuar permanentemente em busca de uma solução para o problema.
A senadora Ana Amélia argumentou que foi graças a energia térmica que salvou-se o país de um apagão este ano. — Há um fator social extremamente relevante, que não pode ser desconsiderado. Há ainda o fato de ser uma região carente de investimentos, por isso a manutenção desse investimento é fundamental — argumentou.
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, disse que teme pelo impacto social que o fechamento da UTE possa representar para a região Carbonífera do RS.
— O governo do Estado não recebeu nenhuma informação oficial sobre o fechamento da usina. As informações que chegam são de outras fontes. Faço um apelo à empresa para que os prazos anteriormente acordados sejam mantidos, dando tempo para que a comunidade regional possa se organizar e para que alternativas possam ser encontradas — declarou. O secretário ainda destacou que a autorização da redução da potência da usina foi um avanço importante e que, neste momento, seguem as tratativas em busca de um investidor que possa construir uma nova usina ou até mesmo modernizar a UTE Charqueadas.
O prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar, argumentou que, caso a companhia decida pela interrupção da produção de energia, o impacto será sentindo por toda a região, já que afetará fornecedores de carvão, terceirizados, transportadoras etc. Gilmar lembrou que a economia local é carente e, recentemente, sofreu com a perda da Iesa Óleo e Gás, que teve o contrato de montagem de módulos de plataformas rescindido em consequência da crise que se abate sobre a Petrobras. O prefeito defendeu a manutenção da geração de energia com a capacidade reduzida.
Participaram da reunião também o senador Lasier Martins, os deputados federais Alceu Moreira, Afonso Hahn, Afonso Motta, Giovani Cherini, José Luiz Jansson Laydner, da Tractebel; Ildo Grutner, da EPE e Cristiano Vieira da Silva, superintendente de Geração da Aneel.
Sobre a UTE Charqueadas
A usina precisa se adequar às normas da Resolução Normativa nº 500, de 17 de julho de 2012, da Aneel. A medida estabelece critérios de eficiência para as usinas de energia e entreou em vigor em dezembro de 2015. Os custos desta operação é que podem inviabilizar a manutenção da UTE. A resolução aplica-se para todas as usinas beneficiárias da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), inclusive para a térmica de Charqueadas.
Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa
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