A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher vai atuar pela votação de propostas em análise na Câmara e no Senado que aumentam a proteção às mulheres, bem como as penas para os agressores. A cobrança foi reforçada pela senadora Ana Amélia (PP-RS).
Outra providência tomada pela comissão foi a criação de um grupo de trabalho que vai discutir estratégias para enfrentar os crimes de estupro e demais violências. Segundo Simone Tebet, essa equipe vai também acompanhar "o andamento dos inquéritos policiais e ações judiciais, bem como opinar sobre projetos de lei que versem sobre meios de investigação, processo e julgamentos eficazes de tais crimes”.
A comissão pretende ir ao Rio de Janeiro (RJ) e à cidade de Bom Jesus (PI), cidades onde foram registrados casos de estupro. O objetivo é saber das autoridades locais as providências tomadas para o esclarecimento dos crimes, bem como ouvir as vítimas. A senadora Regina Sousa (PT-PI) lembrou que no município piauiense, uma menina de 17 anos foi violentada.
— Foram cinco homens: um adulto e quatro adolescentes. Mas o que a gente percebe é que isso está virando rotina, está banalizando. Infelizmente a cidade é pequena e não tem estrutura. O juiz de lá mandou soltar os meninos adolescentes e ficou preso só o adulto — relatou Regina.
Violência
A violência sexual contra as mulheres dominou as discussões da comissão. Senadoras e deputadas pediram aprovação de projetos e propuseram audiências públicas para discutir essa situação. Um dos debates será para conhecer as políticas e as leis de diferentes países e do Brasil para dar mais poder econômico às mulheres e os impactos na redução dos índices de violência. A senadora Ângela Portela (PT-RR) lembrou que o país está chocado com os casos de estupro coletivo.
— A sociedade inteira, toda a imprensa, os meios de comunicação e os movimentos sociais fizeram muitas manifestações pelo Brasil afora mostrando a indignação e a necessidade de também o Parlamento brasileiro tomar iniciativas no sentido de diminuir esses índices de violência — afirmou Ângela.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) reivindicou que nas delegacias as mulheres violentadas sejam recebidas em salas reservadas.
— Ali está todo tipo de gente, com todo tipo de delito, e a mulher vai, às vezes, levando um filho menor, e, na frente daquelas pessoas, tem que contar o que aconteceu. Então, ela sofre, eu diria, uma dupla violência — protestou Ana Amélia.
Ana Amélia considerou lamentável que somente com a gravidade de um estupro coletivo esteja ocorrendo a mobilização em torno de tema tão relevante.
— É preciso que sejam votados, com urgência, no Congresso, os projetos de combate a todos os tipos de violência contra as mulheres. Precisamos acabar com a impunidade — disse.
A senadora Simone Tebet lembrou que há cerca de 50 mil casos de estupro por ano no Brasil. O número, segundo ela, é subestimado, uma vez que apenas 10% das vítimas apresentam queixa policial. Já a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) que, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil.
Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa
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