A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou por unanimidade, nesta quinta-feira (18), as indicações dos diplomatas Arthur Henrique Villanova Nogueira e Carlos Alfredo Lazary Teixeira para os cargos de embaixador da Mauritânia e do Equador, respectivamente. As indicações seguem agora para votação pelo Plenário do Senado.
Questões comerciais e imigração foram o foco das indagações formuladas pelos senadores Ana Amélia (PP-RS), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Jorge Viana (PT-AC).
Após reconhecer a relação comercial desequilibrada entre Brasil e Equador, Carlos Lazary apontou a participação de empresários em feiras e missões comerciais como fundamental para reversão deste quadro. E se dispôs a trabalhar ainda por uma maior aproximação entre os Legislativos e o meio acadêmico dos dois países.
Situação de desequilíbrio também foi reconhecida por Arthur Villanova nos laços econômicos entre Brasil e Mauritânia. Conforme revelou, as exportações brasileiras para lá devem ter chegado a quase R$ 140 milhões em 2014, concentradas na área alimentar. O diplomata afirmou a necessidade de ampliar as oportunidades comerciais para os mauritanos no Brasil, que dependeriam, por exemplo, da liberação de uma certificação sanitária para exportar seus pescados para cá.
Imigração
Ao comentar o aumento na imigração de africanos para o Brasil, o diplomata Carlos Lazary considerou o enfrentamento à atuação dos “coiotes” – que costumam trazer migrantes ilegais via Peru e Equador – como o maior desafio a ser encarado.
- O Brasil não impede a entrada de haitianos. O que não queremos é que eles venham pelas mãos dos coiotes – declarou, adiantando um esforço diplomático para que o governo equatoriano passe a exigir visto de senegaleses que tem entrado no país pelo Acre.
Ainda sobre o assunto, o senador Jorge Viana (PT-AC) ressaltou trabalho do governo brasileiro em Porto Príncipe (Haiti) para interceptar coiotes que tentam cooptar famílias haitianas que buscam a embaixada para obter um visto regular para o Brasil.
- O governo brasileiro se mantém aberto para a vinda de haitianos, mas não por esse caminho ilegal de exploração – sustentou Viana, revelando que mais de 40 mil haitianos já passaram pelo Acre desde 2010.
Islã
Arthur Villanova também comentou a influência do islamismo na Mauritânia. Sobre o assunto, assegurou que o povo mauritano “tem uma história de islamismo tolerante, e isso contribui para uma resistência a versões mais agressivas e desestabilizadoras”. O diplomata declarou ainda que a organização Estado Islâmico (EI) não parece estar muito ativa por lá.
Por fim, Arthur Villanova admitiu preocupação sobre episódios de violação de direitos humanos na Mauritânia e apostou na cooperação diplomática para que algumas práticas caiam, aos poucos, em desuso.
Segundo revelou, a Mauritânia foi o último país do mundo a abolir a escravidão e, ainda hoje, conta com 500 a 700 mil escravos. A mutilação genital feminina ainda é feita “em grande escala” e costuma-se superalimentar as meninas ao ponto de ficarem obesas.
Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa
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