Produtos agrícolas, como sementes, e cooperação internacional, focada em programas de doação de alimentos provenientes do Rio Grande do Sul em formatos como os da merenda escolar, poderão ajudar no fluxo de comércio e nas parcerias do Brasil com o Malaui, país da África Oriental. A avaliação foi feita pelo diplomata José de Oliveira nesta quinta-feira (7), durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, em resposta aos questionamentos da Senadora Ana Amélia (Progressistas-RS) sobre a atuação da embaixada brasileira na República do Malaui. Segundo o diplomata, o setor metalúrgico também pode ser um dos nichos a ser explorado na relação comercial entre os dois países. Durante a sabatina, o diplomata detalhou que a embaixada na nação africana já detectou possibilidades de incremento da exportação de sementes e manufaturados a partir de contratos de cooperação celebrados com o governo do pais.
— Me chama atenção também aqui que, na área da agricultura, o Brasil tem ajudado muito o país na colaboração tecnológica da Embrapa para o controle da lagarta-do-cartucho, porque o milho é a principal base da economia do país — completou a Senadora.
Oliveira disse que vê a missão de diplomatas em nações pequenas, como por exemplo as do continente africano, "semelhante à de caixeiros-viajantes". E alertou que o Malaui é relevante para o Brasil, pois trata-se de um caso raro em que investimentos provenientes de nosso país superam os da China. Isto ocorre graças à empresa Vale, que já investiu mais de US$ 1 bilhão na exploração mineral do território malaui.
Petróleo
Durante a sabatina, Manuel Lopes da Cruz alertou aos senadores que o Brasil necessita mostrar-se mais ativo em relação ao boom econômico por que vem passando o Azerbaijão.
O país transcontinental da região do Cáucaso, situado no cruzamento entre o Leste Europeu e o Sudoeste Asiático, é um dos grandes produtores de petróleo e gás no mundo, e experimenta um expressivo crescimento desde o início deste século, quando abriu o setor petrolífero para a exploração por parte de empresas estrangeiras. O modelo adotado pelo Azerbaijão prevê a participação da companhia estatal em todos os contratos, um fator que permite ao Fundo Soberano local diversificar seus investimentos dentro e fora do país.
- Para vocês terem uma ideia, este fundo tem um estoque de investimentos nos Estados Unidos que já chega a US$ 6,5 bilhões. Na Turquia, são U$ 12 bilhões. Porque não investir no Brasil? Este é um foco que podemos explorar - esclareceu Lopes da Cruz.
O diplomata enxerga que um outro nicho onde empresários brasileiros podem se beneficiar do crescimento do país está na agricultura, pois assim como outras nações ricas em petróleo, esta apresenta uma certa incipiência nesta área. Apenas cerca de 3% do PIB do Azerbaijão está vinculado ao setor agrícola.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta quinta-feira (7) a indicação dos diplomatas Manuel Lopes da Cruz e Artur José de Oliveira para chefiarem as representações brasileiras no Azerbaijão e no Malaui, respectivamente. A análise dos nomes segue agora ao Plenário do Senado.
Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa
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